Relutei bastante sobre escrever ou não sobre o pior dia da minha vida, já que, mesmo depois de um ano, lembrar desse dia ainda me causa dor, mas decidi escrever porque percebi que nunca escrevi sobre isso.
Vou dar um contexto pra vocês. O carnaval de 2012 eu passei em São Bernardo, foi quando conheci a Wil. Na madrugada do dia 22 de fevereiro eu me declarei à ela e ficamos. Decidimos que ela daria um tempo para terminar com o namorado dela na época pra não ficar muito na cara que ela o traiu.
No dia 22 mesmo eu voltei pra casa todo feliz e serelepe pensando que finalmente tudo estava certo na minha vida. Eu havia finalmente encontrado a felicidade.
Até chegar o dia 24 de fevereiro de 2012, aquela maldita sexta-feira.
Meu amigo Jeff veio pra minha casa para zoarmos e fazermos viadagem, enquanto o ex da Wil iria passar lá pra eles conversarem. Pouco antes dele chegar, minha digníssima namorada desabafa e diz que estava confusa sobre seus sentimentos. Aí começa o meu tormento.
Pedi para que ela me avisasse sobre o que eles conversassem e decidissem, porque a pior coisa do mundo é ficar na dúvida.
As horas foram passando e nada de eu receber notícias dela. Ela já estava ausente há tempo demais para ter uma notícia boa pra mim. Minhas forças estavam se esgotando.
De minutos em minutos eu enviava um sms para ela na esperança dela me responder. Eu já esperava uma resposta negativa pra mim, mas eu precisava dessa resposta porque eu estava perdido, não sabia de absolutamente nada! Precisava me localizar no espaço.
Estava vendo Star Wars com o Jeff e toda hora eu parava de olhar pro filme e chorava de leve. Se eu estivesse sozinho nesse dia, eu teria explodido.
Fiquei das 13 horas até 22h sem saber de verdade o que estava acontecendo. Pelo tempo passado já era óbvio que ela havia voltado pro yakuza leproso.
Até que a janelinha do skype piscou. Decidi na moeda se eu ou o Jeff leríamos primeiro o que ela falava. O Jeff leu e pela cara dele já deu pra confirmar o que era.
Aí, amigos, foi que meu mundo caiu.
Imaginem um gráfico da minha felicidade. Desde o dia 22, houve uma subida muito drástica na linha da felicidade. Comparo com o Monte Everest, maior ponto da Terra, mais de 8 mil quilômetros de altitude. No dia 24 eu caí do Everest. Caí muito feio. De cara, direto na fossa das marianas, mas sem a água.
A queda começou quando a Wil disse que estava confusa, mas até a confirmação da negativa, era uma queda livre, eu só sentia que ia me estabacar logo, sentia aquele frio na barriga de medo.
Quando a negativa foi confirmada, eu comecei a bater nas pedras do monte everest. Batia de cara nas pedras e ia rolando, e tudo muito rápido, como se eu estivesse com um foguete no meu rabo me empurrando direto pro chão. E eu não parei quando atingi o chão. Continuei caindo e batendo nas pedras, até chegar no fundo do ponto mais profundo da terra. E aí veio a água. Toneladas de água fazendo pressão em cima do meu corpo. E nisso tudo eu continuava vivo. Senti cada pedrinha batendo na minha cabeça. A dor extrema.
Tudo isso em menos de um segundo.
E depois eu chorei. Chorei como se fosse a última coisa que eu faria em vida. Chorei como se o universo dependesse disso.
Engoli o choro e cobrei explicações dela. Não recebi nada conclusivo.
Decidi então quebrar alguma coisa. Peguei uma TV velha e dois cacetetes e fui pra vila com o Jeff. Foi uma delícia quebrar a TV, mas não foi o suficiente pra me livrar da dor. Tive medo dela nunca ir embora.
O Jeff teve que voltar pra casa e eu me vi sozinho. Tomei um banho e falei com a Wil sobre o dia de hoje. Não melhorou nada pra mim.
Tomei um calmante com uma dose de rum e fui deitar, com medo de não conseguir dormir.
Dormi.
Acordei no dia seguinte sem querer fazer nada da minha vida, mas recebi uma ligação de um amigo me chamando pra ir pra casa dele (armado pela minha mãe, claro). E eu fui.
E bebi. E como bebi, heim...
Acho que foi a maior bebedeira que tomei, e foi o remédio mais eficiente que já vi.
Bêbado, liguei pra wilmara algumas vezes, chorei, vomitei, xinguei todo mundo, tomei banho e dormi.
Acordei no dia seguinte uma nova pessoa, e inclusive voltei a falar com a Wilmara.
Mas aí fica pra depois. Vou contar tudo certinho no especial "A semana negra"
Não escrevi esse post pra ficarem com pena, nem pra pesar a consciência de ninguém. Nunca falei com a Wil sobre como me senti nesse dia, mas ela sabe que foi o pior dia da minha vida.
Vou deixar esse post escondido no blog, como um easter egg.
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